Como é estranho ver que uma atriz famosa chorar, e
ainda por cima por um motivo tão fútil! E como também é estranho que um
escritor célebre, adorado pelo público, sobre quem todos os jornais escrevem,
cujo retrato é vendido em toda parte, um escritor que já foi traduzido em
outras línguas, passe o dia todo pescando no lago e fique tão contente por ter
apanhado duas carpas. Pensei que pessoas famosas fossem inacessíveis, que
desprezassem a multidão e que, com a sua glória, com o esplendor de seus nomes,
como que se vingassem da multidão, porque a multidão dá mais valor à origem
nobre e à riqueza. Mas na verdade essas pessoas choram, pescam, jogam cartas,
riem e se zangam como todo o mundo...
Autor – Tchekhov
(nº 33)
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